Galeria Municipal do PortoGaleria Municipal do Porto

Memória de Elefante 2022
A Primeira Exposição Colonial Portuguesa decorreu em 1934 nos Jardins do Palácio de Cristal. O seu ex-libris era uma grande escultura de um elefante, exposta no telhado do Palácio de Cristal, na época intitulado Palácio das Colónias. Homenageando o elefante enquanto símbolo e animal real com uma grande capacidade para reter e transmitir conhecimento, Memória de Elefante revisita a cultura material, arquivos e reminiscências coloniais associados à cidade do Porto através de workshops, percursos e conversas, com artistas, ativistas e educadores com o objetivo de discutir as implicações e legado do colonialismo.
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ping! / escolas / 4, 5 e 6 de maio

Workshop #GIFmeback, com Catarina Simão e Marílio Wane

Mapas, gráficos, cruzes e padrões; Máscaras, esculturas africanas, tambores, timbilas e mbiras; Sisal, algodão, peles e cornos de animais; Sementes e espécies vegetais trazidos de Angola, da Guiné e de Moçambique; E ainda pavões nos jardins, palhotas na ilha do lago, pessoas exibidas num zoo-humano...a desumanização, a mudança, a justiça e a reparação. O workshop GIFmeback# propõe um jogo de conversas e de criação de imagens digitais, que tem raiz na Escola Secundária Infante D.Henrique, e que se estenderá até aos jardins do Palácio de Cristal e ao arquivo de um evento que aí teve lugar em 1934, a Primeira Exposição Colonial Portuguesa. Pelo meio, algumas histórias e investigações de outros lugares e de outras cidades, como Maputo ou como Lamego acabarão por se encontrar e cruzar caminho, aqui e agora.

Para ver os resultados do GIF's realizados pelos estudantes, clique neste aqui e aqui.


Trabalhando entre Portugal e Moçambique e investigando arquivos nacionais e privados que preservam o passado colonial, anticolonial de Moçambique, a artista Catarina Simão questiona a tutela e difusão da memória histórica e política. Com base em investigações prolongadas, e que implicam muitas vezes parcerias em coletivo e formas diversas de apresentação ao público. Fortemente influenciada por narrativas da história e pela noção de Arquivo, Simão tem-se dedicado particularmente à história contemporânea de Moçambique. É nesse contexto que desenvolveu projetos como o Mozambique Institute Project (Museu Reina Sofia, 2014) ou o documentário Djambo (DOCTV-CPLP 2016, c/ Chico Carneiro). Trabalhando nas áreas da programação de cinema, música, teatro e artes plásticas, Simão colaborou com a Fundação de Serralves, Porto; Manifesta 8, Murcia; Africa.cont; Museo Reina Sofia, Madrid, Ashkal Alwan, Beirut; New Museum, New York; Garage Museum, Moscovo; e Galerias Municipais de Lisboa, entre outros.

Marílio Wane, nascido na Cidade da Beira, em Moçambique, é graduado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (Brasil) e Mestre em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia (Brasil). Desde 2007, actua como pesquisador na área de Etnomusicologia no ARPAC-Instituto de Investigação Sócio-Cultural, órgão subordinado ao Ministério da Cultura e Turismo de Moçambique. Paralelamente à larga experiência de pesquisa de campo, neste período, tem desenvolvido diversas actividades no âmbito da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Intangível da Unesco, de 2003, em território nacional e em países como Angola, Brasil, Zimbabwe e Argélia. 
Atualmente, faz o curso de Doutorado em Ciências Musicais na Universidade Nova de Lisboa (Portugal). No seguimento das suas áreas de interesse temático, passou a atuar, a partir de 2018, como representante do ICTM – International Council for Traditional Music - em Moçambique.
Direcionado ao público escolar.

Cada workshop é destinado a uma única turma.
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ping! / escolas / 20 de junho

0.1 Workshop Terrários de Cristal, com Samuel Wenceslau

O artista Samuel Wenceslau tem vindo a fazer incursões aos jardins do Palácio de Cristal para construir uma interpretação arquitetónica e poética do lugar, mas também para recolher plantas que possam germinar no interior de uma caixa wardiana, um terrário oitocentista que recria um ecossistema particular.
No workshop construiram-se micropaisagens, enclausuradas por uma estrutura de ferro e vidro, onde os participantes acrescentaram imagens que revisitam a Primeira Exposição Colonial Portuguesa. Aqui, refletiu-se sobre ideias de posse e de exposição de corpos, mas também sobre objetos domésticos como metáfora para os relicários e coleções pessoais. Em última estância, procurou-se discutir temas como o domínio colonial dos corpos e lógicas padronizadas de beleza e de natureza através destes Terrários de Cristal.

 
O artista Samuel Wenceslau tem um profundo interesse pela natureza, em particular pela botânica brasileira, explorando formas e linhas orgânicas em colagens, desenhos, fotografias, pinturas, objetos e outras criações gráficas. Sendo também diretor artístico e produtor do Coletivo Kebraku, Wenceslau criou o Studiolo Gráfico, um inventário gráfico de formas naturais da flora da América do Sul e, mais recentemente, da Europa. "As minhas chapas têm aparência de botânica, mas as classificações que usei são todas imaginadas", afirma. Além da vertente técnica, demarca-se da botânica tradicional pela recusa da perfeição. Não procura folhas ou flores que estejam intactas, mas aquelas que mostram a "interferência do tempo e da natureza".
Direcionado ao público escolar.
 
Cada workshop é destinado a uma única turma.

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