Desejos Compulsivos
Desejos Compulsivos — A Extração do Lítio e as Montanhas Rebeldes aborda a problemática existente entre extrativismo e exaustão, produtividade e burn-out, atravessando diferentes escalas. Com curadoria de Marina Otero Verzier, a exposição toma como ponto de partida os planos de extração de lítio em curso no Norte de Portugal e as lutas suportadas pelas comunidades locais, pelas suas vidas e direitos. Batalhas que enfatizam, no que tem sido descrito como "colonialismo verde", o desenvolvimento do "futuro da bioenergia", envolvem demasiadas vezes a expropriação de comunidades e a degradação de ecossistemas.
Enquanto a indústria mineira — e os desejos capitalistas — subjugam e exploram a montanha e os seus habitantes, tratando-os como recursos a extrair, a violência transforma-se numa força de sobrevivência para estas comunidades através de infraestruturas coletivas e rituais incorporados. Se a exploração mineira resulta na rutura social, ecológica e mental, estas práticas, juntamente com as expressões artísticas, quebram a ordem social para criar mundos opostos, fundindo o individual e o coletivo, o reino ancestral e as gerações futuras, o humano e mais que humano, desencadeando uma compreensão alternativa da energia.
Com
Amável Antão, Anastasia Kubrak, Carlos Irijalba, Giuliana Rosso, Grupo de Investigação Territorial (Antonio del Giudice, Godofredo Enes Pereira, Jacob Bolton, Mingxin Li, Tiago Patatas), Heitor Cramez, Isidro Rodrigues, Jonas Staal & Radha D’Souza, Jonathan Uliel Saldanha, Lara Almarcegui, Leanne Wijnsma, Lithium Triangle Research Studio + Nicolas Jaar, Maarten Vanden Eynde & Edmond Musasa, Medios Libres con la Gira Zapatista, Naomi Rincón Gallardo, Natalia de la Rubia Kozlowska, Orlando Vieira Francisco, Povo de Covas do Barroso & Paulo Carneiro, Susana Caló, Susana Soares Pinto, Tanguy Pitavy, Tomás Saraceno & Aerocene Foundation.
Design gráfico por Joana Pestana
Design Expositivo por D_P_S (Diogo Passarinho, Gonçalo Reynolds)

25 de março, às 17 horas
Desejos Compulsivos - Conversa
O dia de abertura prevê um primeiro momento de visualização do filme Montanha Invertida, presente na exposição, seguida de um debate aberto à participação sobre os efeitos dos projetos de mineração previstos para o Norte de Portugal.
Moderada pela curadora Marina Otero Verzier, contará com a presença de Cheila Colaço Rodrigues, em representação da associação XR e Minas Não e o coletivo G.I.T. — Grupo de Investigação Territorial, responsável pela produção do filme.

25 de março, às 19 horas
Psych Op Pump
A instalação Psych Op Pump, criada pelo artista, compositor e encenador Jonathan Uliel Saldanha, transforma o espaço da galeria numa montanha invertida, criando uma ilusão de um lago sem fundo num ambiente de alta toxicidade.
No dia da inauguração a peça será ativada através da interpretação do poeta e performer Igor Borovsky, com quem Saldanha tem vindo a colaborar desde 2014.
