Galeria Municipal do PortoGaleria Municipal do Porto

Histórico 2021
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11.12.2021 – 20.02.2022

ERRO 417: EXPECTATIVA FALHADA

Potenciado pelo sistema económico capitalista, que infeta todos os outros sistemas sociais e culturais, o medo de falhar acompanha habitualmente o desejo do sucesso. Neste contexto, o receio de errar ou ficar aquém das expectativas torna-se não só um dos maiores impulsos humanos como também o valor de juízo pelo qual nos avaliamos colectivamente, assim servindo como medida para a formulação e manutenção de hierarquias sociais. Mas as noções de falhanço e sucesso nunca estão livres de prerrogativas, uma vez que se encontram intrinsecamente ligadas a diversas condicionantes estruturais cumulativas – a cor da pele, o género, a sexualidade, entre outras – e, acima de tudo, ao cumprimento dos expectáveis papéis dentro destas categorias.
Falhar, e aprender na falha, assume um papel radicalmente diferente na produção artística: entre a insatisfação, a rejeição, a dúvida, o erro e a experiência, a ideia de sucessivamente tentar e falhar torna-se combustível para a experimentação especulativa e para a criação conceptual. Assumindo a premissa do falhanço como uma ferramenta de resistência contra-hegemónica, apela-se à crítica dos modelos estáticos de sucesso e falhanço, e ao questionamento do seu papel na construção da vida pessoal e comum. Mas, acima de tudo, pede-se que a expectativa não tenha espaço nesta exposição, dando lugar à falha e ao erro que inevitavelmente geram a experiência de estar viva.
Com:
Alice dos Reis, Aliza Shvarts, Ana Hipólito, Carlota Bóia Neto, Catarina Real, Daniela Ângelo, Elisa Azevedo, Gisela Casimiro, Hilda de Paulo, Jota Mombaça, Odete e Xavier Paes.

Curadoria:
Marta Espiridião

Erro 417: Expectativa Falhada
 resulta do projeto concursal Expo’98 no Porto, que atribui duas bolsas para a realização de duas exposições na Galeria Municipal do Porto. Selecionada por um júri externo à equipa da GMP, composto por Daniela Agostinho, Miguel Ferrão e Nuno Faria, esta é a segunda exposição apresentada no âmbito do concurso, cujo orçamento total é de 98.000 euros. 

Fotografia: Dinis Santos
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11.12.2021 – 20.02.2022

A HORA ANTES DO PÔR-DO-SOL
MILENA BONILLA

“A hora antes do pôr-do-sol tem uma magia própria...” foram as palavras escritas por Rosa Luxemburgo ao seu amigo Hans Diefenbach numa carta enviada da prisão de Wronke, no verão de 1917. A partir desta correspondência, Milena Bonilla convida-nos a pensar nas possibilidades de construção de um imaginário que navega pela literatura, botânica, pontuais referências históricas e mitologias coletivas. Aqui, “essa hora antes do pôr-do-sol” surge enquanto conceção de um momento temporal mágico que liga o passado com o presente, mediante a criação de ressonâncias políticas e afetivas.

Esta exposição é mais um desdobramento na investigação da artista, que explora os limites do arquivo e a interpretação da história como forma de articulação de uma possível memória coletiva. O projeto infiltra-se pelos espaços simbólicos construídos pelo pensamento de Rosa Luxemburg e procura criar lugares de interstício onde relaciona diferentes formas de produção de conhecimento para especular algo a que poderíamos chamar de temporalidade histórica suspensa.

Curadoria:
Juan Luis Toboso

Fotografia: Dinis Santos
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18.09 – 21.11.2021

OS NOVOS BABILÓNIOS
Atravessar a Fronteira
PEDRO G. ROMERO

O conceito ‘Novos babilónios’ foi desenvolvido por Guy Debord, Constant Nieuwenhuys, Har Oudejans e Pinot Gallizio a partir do projeto da Internacional Situacionista New Babylon, de Constant Nieuwenhuys, e está relacionado com algumas das ideias fundamentais que informaram o movimento como a psicogeografia, a deriva ou o urbanismo unitário. É a partir destes conceitos que o artista e curador Pedro G. Romero propõe, para a Galeria Municipal do Porto, um exercício de questionamento da nossa perceção sobre grupos nómadas, etnias ciganas, flamencos, exilados políticos e libertários.
A exposição constitui uma análise ao campo sensível destas formas de vida com um foco particular nos seus deslocamentos pela fronteira física e política de Espanha e Portugal, incluindo ainda algumas ressonâncias da sua relação com os territórios atlânticos de América e África. A cidade do Porto atua como geografia de partida para uma indagação dos rumos, fluxos e derivas destes ‘novos babilónios’ a partir do contexto português e seus territórios transfronteiriços.

Com o apoio de

Um projeto de:
Pedro G. Romero


Domingo, 19 de setembro, às 16h
Fado ou Flamenco - Conversa com Pedro G. Romero. 
Moderação de Armando Sousa (Fonoteca Municipal do Porto)
 
Domingo, 21 de novembro, 16h
The Disappearing Act - Performance de Yinka Esi Graves
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18.09 – 21.11.2021

PANDEMIC
I Don’t Know Karate, but I Know Ka-Razor!
FILIPE MARQUES

PANDEMIC – I Don’t Know Karate But I know Ka-razor conduz-nos a um estado “grau zero” para confrontar questões como a fragilidade e a finitude dos corpos, o binómio doença-sanidade e as lutas enraizadas no mundo e na natureza. Esta exposição, que surge de um convite feito pela Galeria Municipal do Porto ao artista ainda em 2019, para questionar conceitos víricos que atravessam a sua obra, ganha hoje relevância no contexto da atual crise pandémica global.
O projeto expositivo reflete a complexidade poética e apocalíptica que marca a linguagem de Filipe Marques, através da qual os espectadores são conduzidos a uma possível constatação da impotência da condição humana, no controlo de contaminações invisíveis e no equilíbrio de forças e resistências.
A partir de conceitos da filosofia moderna e textos de autores da Antiguidade Clássica, somos desafiados a compreender as constantes contradições da humanidade. Através de estímulos, signos e metáforas sobre o fracasso e a autodestruição, aos quais o artista na sua fragilidade não quer escapar, surge o convite para participar num exercício especulativo que se desdobra numa reflexão contemporânea que se faz urgente, coletiva e política.
Curadoria:
Isabeli Santiago
Juan Luis Toboso


09 Out, 16h00-18h00
Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett
 
16 Out, 16h00
Galeria Municipal do Porto
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22.05 – 18.07.2021

PROJETO SATÉLITE: ANUÁRIO 20

Anuário é uma exposição e, em simultâneo, uma análise reflexiva sobre as práticas curatoriais e artísticas desenvolvidas no Porto ao longo de um ano. Integrado na plataforma Pláka – que agrega os programas de apoio do município à arte contemporânea – o projeto foi concebido por João Ribas e Guilherme Blanc e é desenvolvido anualmente por um coletivo de curadores convidados pelos dois para acompanhar, documentar e analisar projetos artísticos apresentados em espaços (de acesso público) da cidade. Esta é uma exposição que resulta de um trabalho continuado de pensamento sobre a produção artística e de um processo de curadoria participado, em que as perspetivas de diversos curadores confluem num entendimento sobre a arte no Porto no último ano.

Locais:
A Sede (Rua São Roque da Lameira 1435, Porto)
AL859 (Rua da Alegria 859, Porto)
Armazém do Fundo (Largo de Mompilher 5, Porto)
Atelier Logicofobista (Rua Anselmo Braancamp 345, Porto)
Clube de Desenho (Rua da Alegria 970, Porto)
Espaço Birra (Rua de Ferreira Cardoso 49, Porto)
Ócio (Rua do Duque da Terceira 370, Porto)
 
Horário de abertura:
Quarta - sexta-feira
14h00 - 19h00
Sábado - Domingo
11h00 - 19h00
 
ANUÁRIO 20

Comissariado por:
Guilherme Blanc
João Ribas

Curadoria de:
Ana Resende
Andreia Garcia
Melissa Rodrigues
Pedro Augusto
Pedro Magalhães 

Artistas:
Ani Schulze, Beatriz Blasi, Bruno Duarte, Bruno Silva, Daniela Krtsch, David Lindert, Dori Nigro, Carlos Pinheiro, Clarice Cunha, Coletivo Lab.25, Gunnhildur Hauksdóttir, Jiôn Kiim, João Marçal, Maria Lino, Mauricio Igor, Nikolai Nekh, Pamina Sebastião, Pedro Ruiz, Radu Sticlea & Bianca Stanea, Rita Senra, Rosana Antolí, Salomé Lamas, Sara Graça, Sofia Duchovny, Svenja Tiger, Tiago Madaleno e Xu Moru & Leon Billerbeck.


Performance de Kiluanji Kia Henda: Resetting Bird's Memories
Sábado, 10 de julho às 19h
Círculo Católico de Operários do Porto

DJ Set de Sound Preta
Sábado, 10 de julho às 21h
Círculo Católico de Operários do Porto
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12.06 – 22.08.2021

WALL גדר جدار
INÉS MOLDAVSKY

Wall גדר جدار parte de um convite à artista argentino-israelita Inés Moldavsky para revisitar e expandir, em contexto instalativo, o seu filme The Men Behind the Wall, vencedor do Urso de Ouro na Berlinale – Festival Internacional de Cinema de Berlim – em 2018. Nesta obra fílmica, a artista estabelece um conjunto de conversas e encontros presenciais com homens palestinianos que vivem em Gaza e na Cisjordânia, através de uma aplicação de dating.
A porta digital é usada como ponto de partida para visitações aos dois territórios, em percursos cuja tensão é colocada em cena através da paisagem visual e sónica e, também, da expressão linguística.
No projeto desenvolvido para a Galeria Municipal do Porto, a artista densifica esta proposta de atravessamento de fronteiras – digitais, políticas, religiosas e de género – construindo um exercício franco e, por isso, provocador de intimidade conversacional e de análise.
O contexto particular das interações afetivas e sexuais na era digital continua a servir de subtil pano de fundo para problematizar questões de segregação, ao mesmo tempo que propõe discutir relações de poder através de diversos estereótipos.
Num período particularmente tenso entre os estados de Israel e Palestina, Wall גדר جدار atesta a validade de uma contínua necessidade de debate político em torno da questão da ocupação israelita, ao mesmo tempo propondo uma leitura meta-política sobre amor, respeito e igualdade.
Curadoria:
Guilherme Blanc


Visita Guiada com o curador
Domingo, 20 de junho às 16h

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12.06 – 22.08.2021

PÉS DE BARRO

Algumas pessoas poderão associar o barro, a olaria e a cerâmica à tradição, e a tradição ao passado. Outras poderão associar tecnologia, comunicação digital e bancos de dados com o novo, e o novo com o futuro. E se o futuro for uma tecnologia tão antiga e peculiar como o barro? E se afinal o barro for uma matéria que permanentemente se regenera e dá ao tempo as suas imprevisíveis configurações? E se o barro for o futuro e o futuro for o barro?
E se os pés de barro revelassem uma vulnerabilidade porque o resto do corpo é de um material diferente? E se na realidade os pés de barro enraízam as pessoas à terra, ligando‑as através da mesma matéria? E se os pés de barro forem uma forma de estabelecer uma comunicação pós‑tecnológica, que não requer redes ou cabos? Apenas os nossos muitos, um, dois, oito, vinte pés e algum barro?
Estas são algumas das questões e enigmas abordados pelas curadoras Chus Martínez (curadora, historiadora de arte, escritora e directora do Art Institute da FHNW Academy of Art and Design Basel) e Filipa Ramos (escritora, curadora da secção de filme da Art Basel e co-curadora da última edição do Fórum do Futuro), reunindo um conjunto de artistas que têm usado o barro, a olaria e a cerâmica para imaginar, projetar e moldar o mundo em que vivem.
Artistas:
Neïl Beloufa
Isabel Carvalho
Gabriel Chaile
Pauline Curnier Jardin
Formabesta (Salvador e Juan Cidrás)
Tamara Henderson
Ana Jotta
Eduardo Navarro

Curadoria:
Chus Martínez
Filipa Ramos



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